Governo francês quer mais impostos – 05/01/2012

Presidente Nicolas Sarkozy já considera elevar taxas sobre vendas para financiar o sistema de bem-estar social./PhilippeWojazer-
O governo francês pretende elaborar até o final de janeiro um projeto de lei de revisão do financiamento do sistema de bem-estar social, que provavelmente resultará em aumento no imposto sobre vendas, e submetê-lo ao Parlamento em fevereiro, disse ontem o primeiro-ministro François Fillon. O governo conservador do presidente Nicolas Sarkozy, que está centrando esforços no crescimento e em empregos a poucas semanas da eleição presidencial, discutirá os planos com os sindicatos em uma reunião marcada para 18 de janeiro.
O “VAT Social” vem sendo debatido há anos por políticos da esquerda e da direita na França. Sarkozy disse em um discurso à nação no ano-novo que era hora de levar adiante a ideia como uma maneira de amenizar os custos trabalhistas das empresas e ajudá-las a competir internacionalmente.
Empregos – “Precisamos ouvir o ponto de vista dos sindicatos, mas nosso objetivo é claro: nosso sistema tributário deve favorecer a criação de empregos produtivos na França”, disse Fillon. “A reforma do financiamento do bem-estar deve ser submetida ao Parlamento em fevereiro”, acrescentou.
A reforma representa uma aposta política para Sarkozy, bem perto de uma eleição em que está atrás do rival socialista François Hollande nas pesquisas de intenção de voto, já que corre o risco de ver uma reação contrária dos eleitores a pagar mais imposto sobre vendas para aliviar a pressão sobre as empresas.
Sarkozy espera que, ao deslocar a carga fiscal para o consumo doméstico, consiga aumentar a competitividade das exportações francesas, emulando um aumento de imposto de valor agregado de 2007 pela Alemanha, ao qual se atribui o reforço de sua recuperação.
Consumo – O problema é que, enquanto a economia da Alemanha vem sendo direcionada para exportar a produção, a da França vem contando nos últimos anos com o consumo doméstico para seu crescimento econômico.
“O exemplo alemão é interessante porque hoje a Alemanha tem a taxa mais baixa de desemprego, apesar da crise, e é um dos maiores exportadores da Europa. Isso mostra que tomou a decisão certa em baixar os custos trabalhistas”, disse o ministro do Orçamento, Valérie Pécresse.
Escrito por Reuters
Fonte: Diário do Comércio – SP