Vivemos o período Pascal, certamente o momento mais especial na vida Cristã, oportunidade na qual, fundamentados na fé e na esperança, nos preparamos durante quarenta dias para celebrar a ressurreição do Nosso Senhor Jesus Cristo. Durante os 40 dias que precedem a Semana Santa e a Páscoa – período conhecido como Quaresma – os cristãos se dedicam à penitência para lembrar os 40 dias passados por Jesus no deserto, assim como todo o sofrimento que ele suportou na cruz.
Entretanto, muito mais do que sofrimento, Páscoa é Amor, é a celebração e a exaltação da alegria pela ressurreição. É, necessariamente, o encontro da vida.
Porém, aqui se faz importante recordar as palavras do nosso querido Papa Francisco no documento Evangeli Gaudium, onde ressalta que: “Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma quaresma sem Páscoa.”
Com esta afirmação, o Papa Francisco nos adverte sobre o perigo de vivermos a quaresma como se fosse um tempo de tristeza, ou pior ainda, a vivermos independente do período Pascal.
Aliás, o próprio Papa Bento XVI, já observava em seu “Deus Caritas” que a nossa missão enquanto cristãos, é justamente viver esta alegria do Encontro, com Cristo e com os irmãos.
Portanto, embora seja imprescindível termos a consciência de todo o sofrimento suportado por Jesus Cristo para nos proporcionar a liberdade em relação ao pecado e, através da sua ressurreição, o nosso encontro com a vida eterna, assim como também é muito importante apresentarmos os nossos sacrifícios diante de todo esse contexto que Ele nos proporcionou, insisto afirmar que Páscoa, muito mais do que tristeza, é alegria, pois aqui não contemplamos a morte, e sim a vida.
E então, o que dizer de “penitências” por tantos realizadas que muito mais diz sobre hábitos próprios do que sobre os ensinamentos e a vida de Jesus? Cessar por determinado período na ingestão de bebidas, doces e tantas outras coisas mais e não promover verdadeiros encontros com o seu irmão e com a sua própria vida, em sua essência.
Muito mais do que mostrar aos outros a nossa tristeza ou “penitências”, precisamos nos permitir viver a alegria da ressureição e, consequentemente, o encontro com a Vida.
Por tudo isso, desejamos a todos uma Feliz Páscoa em Família, repleta de luz, amor e união, que possamos celebrar a vida, o encontro e a fraternidade.
LUIZ PAULO JORGE GOMES, é Advogado, sócio da Jorge Gomes Advogados, Mestre em Direito Tributário pela PUC/SP, Ex-Conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF.
