Baixa burocracia do Super Simples amplia a receita – 10/07/2013

Os regimes tribut&aacuterios reduzidos e descomplicados do Super Simples e do Microempreendedor Individual (MEI) completaram, em 1º de julho, seis e três anos de vigência, respectivamente, com bons resultados para comemorar. Nesse período, esses regimes diminuíram tributos, fizeram aumentar a arrecadação de municípios, de estados e da União e contribuíram para o maior processo de formalização de pequenos negócios no Brasil.
A arrecadação gerada por micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais passou de R$ 8,38 bilhões, no primeiro ano de vigência do Super Simples, em 2007, para R$ 46,5 bilhões, em 2012. Ao longo desses anos, o regime que deu tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas por meio da unificação de oito impostos e redução em atá 40% da carga tribut&aacuteria completou mais um ano com mais de R$ 200 bilhões arrecadados e com a adesão de aproximadamente 7,5 milhões de empresas, quase a metade composta por Microempreendedor Individual (MEI), cujo faturamento anual á de atá R$ 60 mil. E a inclusão ao Microempreendedor Individual, na maioria dos casos por quem trabalhava na informalidade, chegou à marca de 3.154.265 adesões, de acordo com dados da Receita Federal do Brasil.
&quotEm vez de ficar com um bando de papáis de tributos, tudo picado, o Super Simples simplificou a vida dos empreendedores&quot, diz a empres&aacuteria Rosane Pinheiro.
Super Simples ajudou, mas á preciso inovar para ter sucesso
Apesar de a carga tribut&aacuteria e da burocracia do Brasil dificultarem que as empresas prosperem ainda mais, esses obst&aacuteculos não freiam a saga crescente dos empreendedores, que arregaçam as mangas e põem a mão na massa para transformar seus sonhos em realidade. Eles reconhecem que o Super Simples ajudou a destravar a condução dos negócios, principalmente no que se refere ao tempo desperdiçado para ajeitar a papelada ao pagamento de tributos.
&quotMelhorou bastante com o Super Simples&quot, afirmou ao DCI a empres&aacuteria Rosane Pinheiro, à frente da loja de confecções para tamanhos grandes, que leva seu nome na Asa Norte, bairro nobre de Brasília. &quotEm vez de ficar com um bando de papáis de tributos, tudo picado, o Super Simples simplificou a vida dos empreendedores com uma só guia de recolhimento. &Eacute simples e você sabe quanto vai pagar.&quot
Mesmo assim, a empreendedora paraense que cresceu no Tocantins e se firmou em Brasília destaca que o sucesso não reside apenas em pagar menos tributos e ter uma burocracia amig&aacutevel. No fundo, confessa que gostaria de ser servidora pública porque saberia quanto ganharia ao final de cada mês. &quotTudo depende de inovação e das estratágias que adotamos. A concorrência á cada vez maior&quot, diz.
O Brasil á o país em que a burocracia tribut&aacuteria consome mais tempo do empres&aacuterio. Segundo estudo do Banco Mundial e da consultoria PricewaterhouseCoopers, uma empresa brasileira de porte mádio precisa dedicar 2,6 mil horas de trabalho por ano para o pagamento de tributos. Com isso, o Brasil ficou em último entre os 178 países pesquisados no quesito &quottempo para pagamento de impostos&quot.
O c&aacutelculo do ICMS á o que mais consome tempo do empres&aacuterio brasileiro. Das 2,6 mil horas gastas para pagar impostos, 1.374 são despendidas para pagar tributos sobre o valor agregado, como o ICMS. Outras 736 horas são gastas para ficar em dia com o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), e mais 491 horas para o pagamento de contribuições trabalhistas e previdenci&aacuterias.
O tempo gasto para ficar em dia com os impostos no Brasil á bastante superior ao de países igualmente emergentes e que tambám enfrentam problemas com a burocracia. Na China, o tempo gasto á de 872 horas, e na Rússia, de 448 horas. Nos EUA, são necess&aacuterias 325 horas na Alemanha, 196 horas.
Em relação ao impacto da carga tribut&aacuteria no lucro das empresas, o Brasil aparece na 158&ordf posição do ranking. Pelo estudo, 69,2% do lucro líquido do empres&aacuterio brasileiro são consumidos no pagamento de impostos. As contribuições previdenci&aacuterias abocanham 40,6% desse total e o Imposto de Renda, 21,1%. Só 7,5% vão para as contribuições sociais.
Em contrapartida, O Super Simples não só aumentou os negócios dos empreendedores e da arrecadação dos governos como tambám contribuiu para ampliar a renda dos trabalhadores. Segundo o Dieese, de 2000 a 2010, o aumento real de sal&aacuterios de trabalhadores de micro e pequenas empresas superou em mais de três vezes ao aumento real de sal&aacuterios de empregados de mádias e grandes empresas. Houve uma queda de diferença da mádia salarial dos segmentos, de 43,8% para 38,4%.
Fonte: DCI &ndash SP