Experimentamos neste ano que se finda, algo novo, algo diferente do que há muito se tem vivido em nosso País. Iniciaremos o próximo ano sob a perspectiva da chama sagrada denominada esperança.
Muitas mudanças ocorreram, algumas para melhor, outras nem tanto. Porém, em que pese as adversidades experimentadas, o que nos orgulha é a capacidade de superação do povo brasileiro.
Povo de raça, de sentimento, mas, sobretudo, povo capaz de se superar a cada dia, a cada momento, a cada obstáculo.
Em qualquer lugar passível de habitação humana que vivesse as experiências políticas aqui vividas, teria como contrapartida a deflagração de revolta interna, de confronto entre governantes e governados. Aqui não, diferentemente da revolta, há apoio, há crença de que dias melhores estão por vir.
E, na medida em que visualizemos qualquer aceno de bom senso, por mínimo que seja, por parte dos nossos Representantes Políticos, pronto, o brasileiro imediatamente responde com sua força produtiva, com sua capacidade de superação.  
Não há dúvida que vivemos um momento especial, independentemente da raça, credo ou religião. Momento que passa à margem da situação política, econômica ou social, embora como dito acima, a expectativa de um novo governo que atenda efetivamente os anseios da população, acende inegavelmente o brilho no olhar de todos nós.
Natal é exatamente isso: Luz, Amor, União. É a celebração do nascimento. É a Luz do Espírito Santo que semeada no Amor da nossa Mãe Maria, gerou o menino Jesus, consagrando a confraternização de todos os povos.
Dias em que elevamos nosso pensamento e procuramos refletir não só sobre o ano que se passou, mas também sobre os momentos vindouros. Momentos estes que perfazem a esperança e, ao mesmo, a preocupação de todos nós, e que não obstante celebrarmos com muito afinco o novo governo, somos conhecedores das reais dificuldades encontradas para chegar até ele. 
Assim, em que pese ser cristalina a mudança que na postura daqueles que nos governarão, não há como refletirmos sobre o nosso futuro sem que não nos lembremos das dificuldades cada vez mais vivenciadas pelo empresário, pelo produtor brasileiro.
Às empresas não mais é suficiente cumprirem os estritos termos da lei, antes é necessário se submeterem a vontades muitas vezes sem propósitos de quem nos governa, ou mesmo interpretações daqueles a quem não é dado interpretar, mas tão-somente cumprir os rigorosos ditames legais, sob pena de ser ameaçada a própria liberdade do exercício da atividade econômica, expressamente cravada no indelével mármore da Constituição da República.
Neste sentido, é importante nos lembramos que não obstante a força econômica vir demonstrando sua predileção enquanto valor das sociedades consideradas modernas, o mundo conclui que esta é apenas uma consequência que deve ter como base não apenas interesses financeiros, mas sim que estejam pautados em questões como a ética, a cidadania, a democracia, a valorização do ser humano.
São tantas dificuldades, que os brasileiros já nascem grandes. Já no ventre materno aprendem que o caminhar embora tão belo pela natureza que divinamente possuímos, é repleto de infortúnios, cada vez mais alimentados por políticas, na maioria das vezes irresponsáveis, que conseguem enxergar apenas os seus próprios passos, ou, no máximo, o andar daqueles companheiros que caminham no mesmo sentido, ou melhor, no mesmo objetivo ilícito.
Mas isso, com a Graça de Deus, cada vez mais fará parte do nosso passado, tão duramente apreendido. Mas aprendemos, e agora nos cabe a constante vigilância.
Como compreender tantos recordes que caminham em lados tão opostos. Brasileiros ilustres de um lado. Realidade infortuna de outro. Esportistas que resplandecem nossa bandeira como gesto de vitória. Índices de criminalidade, de analfabetismo, de pobreza, de desigualdade social, de corrupção que nos enchem de vergonha. Produção agrícola superando recordes constantes. Índice de desemprego sem qualquer sustentabilidade.
Por tudo, ressalvadas as pertinentes observações, desejamos a todos os brasileiros, de luta, de sentimento, de palavra, de união, de atitude, que neste período de Natal possamos vivenciar a mais cristalina celebração do Amor. Amor entre pais e filhos. Amor entre irmãos. Amor entre os homens. Amor sob a sempre divina proteção de Nosso Deus e desta forma, que os frutos tão bem representados na Árvore Natalina, sejam o fundamento da realidade de todos nós, transmitindo aos nossos lares, repleta Luz, Amor e União.
LUIZ PAULO JORGE GOMES, é Advogado, sócio da Jorge Gomes Advogados, Mestre em Direito Tributário pela PUC/SP, Ex-conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF.
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