Os setores de comércio, indústria e serviços bateram recordes de pedidos de recuperação judicial em 2016. O resultado, divulgado nesta quinta-feira, 12/01, pela Serasa Experian, é o mais expressivo desde 2005, início da série histórica do levantamento.
No total, foram 1.770 processos deste tipo no ano passado: 713 no setor de serviços, 611 no comércio e 446 na indústria.
“O aprofundamento da recessão econômica em 2016 atingiu de forma significativa o consumo das famílias, seja pela elevação do desemprego, seja pelo encarecimento do crédito. Assim, o comércio foi o setor econômico que acabou sofrendo mais intensamente a redução do consumo, provocando dificuldades financeiras às empresas deste setor”, informou, em nota, a Serasa.
Na comparação com 2015, o comércio foi o setor que apresentou a maior elevação no número de recuperações judiciais requeridas em 2016, com aumento de 51,2% nos pedidos.
O setor de serviços vem em seguida, com 48,5% a mais. Já na indústria, os pedidos de recuperação judicial cresceram 24,2%, de um ano para o outro.
FALÊNCIAS
O levantamento mostra também que aumentou o número de pedidos de falência no ano passado em relação a 2015. Foram 1.846 solicitações em 2016 ante 1.760 no ano anterior.
O setor de serviços também liderou os pedidos de falência, com 746 processos. Em seguida, aparecem a indústria, com 676 falências requeridas, e o comércio, com 424 pedidos.
TÍTULOS PROTESTADOS
Como reflexo do avanço da inadimplência em meio ao agravamento da crise, o número de títulos protestados no País por falta de pagamento subiu 22,9% no ano passado, segundo informações da Boa Vista SCPC.
Só em dezembro, houve aumento de 11,8% dos protestos na comparação com novembro e de 6% em relação a igual período do ano passado, sendo que o valor médio dos títulos protestados no mês passado foi de R$ 3,1 mil.
Se considerados apenas os títulos protestados de empresas, o aumento nos registros foi de 6,5% em 2016, num resultado explicado pelo forte aumento, de 17,5%, dos protestos na região Sudeste. Nas demais regiões, houve queda nos protestos de títulos de empresas.
Fonte: Diário do Comércio