Dada a gravidade do déficit, o controlador de um dos maiores grupos brasileiros chega a admitir a volta da CPMF, apesar da alta carga tributária já existente no país.
 
“A festa já foi dada e a conta terá de ser paga. Precisa ver como fica depois. Se fosse só para resolver o problema [temporário], mas ter a garantia de que o governo não voltaria a gastar mais do que arrecada, poderia ser”, diz.
 
“Quem não vive com R$ 1 mil, não vive com R$ 10 mil. Então, precisa transformar as regras porque se não amanhã vai ter de dobrar, para pagar outra conta”, afirma.
 
Outra alternativa tributária seria aumentar a Cide sobre os derivados de petróleo, diz o controlador da Cosan.
 
“Mas ela aumenta o preço do diesel e da gasolina, é inflacionária -o que a CPMF também é, mas de maneira mais disfarçada, as pessoas sentem menos [o imposto]. E a CPMF tem a vantagem, para o governo, pela forma que é cobrada. Entra direto na veia e não tem sonegação. Mas não sei o que eles estão pensando”, acrescenta.
 
Sobre a crise política, prefere não fazer comentários, por ora. “Há muita turbulência. É hora dos políticos se manifestarem.”
 
R$ 6,5 bilhões
foi o lucro bruto em 2015
 
19,3%
foi o aumento da receita líquida da Cosan Limited de 2014 a 2015
 
R$ 395 milhões
foi o lucro líquido no quarto trimestre do ano passado
 
53,6%
foi a variação de Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) no período.
 
Fonte: Folha de São Paulo