Fazenda reduzirá imposto sobre empréstimos – 12/11/2011

Mantega encomendou decreto para baixar IOF, que havia sido elevado de 1,5% para 3%
O governo Dilma Rousseff já prepara outra medida para baratear o crédito depois das adotadas ontem pelo Banco Central: a redução da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre operações de crédito.
Em abril, decreto dobrou de 1,5% para 3% o imposto cobrado em empréstimos de pessoa física.
Segundo a Folha apurou, o ministro Guido Mantega (Fazenda) já encomendou à sua equipe a preparação do decreto para ser baixado nos próximos dias, caso considere o momento apropriado para reverter também essa medida. O governo decidiu elevar o imposto sobre operações de crédito para segurar a alta da inflação.
A equipe econômica irá analisar os efeitos das ações tomadas ontem pelo Banco Central e acompanhar se o aumento do consumo provocado pelo afrouxamento do crédito não levará a um aumento nos preços.


JUROS
O governo espera que, mesmo com as medidas de flexibilização do crédito baixadas ontem, o BC continue não só reduzindo os juros como também acelere o ritmo para evitar uma freada mais intensa da economia.
Diante de sinais mais fortes de esfriamento, o BC começou a reduzir em agosto a taxa de juros. Agora, como a desaceleração da economia pode ser mais intensa do que o previsto, o governo começou a reverter as medidas de contenção de crédito.
A equipe econômica tem indicações de que a atividade no terceiro trimestre ficou bastante enfraquecida, devido às medidas tomadas para restringir o crédito e também por conta da piora da crise internacional.
No mercado financeiro, vem crescendo as apostas de que a economia encolheu de junho a setembro.
Além disso, o governo pretende manter a política de contenção nos gastos públicos e irá perseguir a meta de economia estipulada para o ano que vem, sem recorrer a artifícios permitidos por lei, como descontar dessa meta o total usado em investimentos, como construção de estradas e hospitais.
A manutenção do ajuste fiscal como prometido tem o objetivo de permitir que o Banco Central continue reduzindo os juros nas próximas reuniões do Copom.
A presidente Dilma espera que a taxa de juros, que hoje está 11,5% ao ano, termine o ano abaixo de um dígito.
VALDO CRUZ DE BRASÍLIA – LORENNA RODRIGUES
Fonte: Folha de S.Paulo