O Ministério da Fazenda confirmou nesta terça-feira (19) que não há espaço no orçamento deste ano pra uma correção da tabela do Imposto de Renda.
O Jornal Nacional mostra os efeitos disso no bolso dos contribuintes.
Você está pagando muito Imposto de Renda?
“Eu como assalariado, acho que pago muito”, diz um homem.
“Tô pagando muito”, afirma uma mulher.
“Nós estamos pagando exorbitantemente o Imposto de Renda”, conta outra mulher.
E não é apenas uma sensação. É o resultado de um levantamento do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita. Ele mostra que a tabela – que diz quem não paga e quem paga e quanto paga – está desatualizada.
O que houve foi o seguinte: a inflação foi subindo, subindo, os salários foram corrigidos, mas a correção da tabela do Imposto de Renda não acompanhou.
Pelos cálculos do Sindifisco, a defasagem acumulada entre a inflação e a correção da tabela chegou a 72% nos últimos 20 anos. Entre 1996 e 2015, a inflação foi de 260% e a correção da tabela foi de 109%.
Esse descompasso acaba afetando, principalmente, os brasileiros de menor renda, porque os reajustes nos salários, mesmo pequenos, acabaram trazendo mais trabalhadores para dentro das faixas de contribuição.
Hoje só não paga Imposto de Renda na fonte quem ganha pouco menos de R$ 1.904 mensais. Se a tabela tivesse sido corrigida, o limite de isenção subiria para R$ 3.250,00.
“Os mais prejudicados são a classe média assalariada, especialmente quem tem rendimentos mais baixos. São gastos que a pessoa tem para a sua própria sobrevivência que estão indo para o Imposto de Renda quando não deveriam ser. Então, quem ganha menos está pagando proporcionalmente muito mais do que deveria”, explica o vice-presidente do Sindifisco, Luiz Henrique Franca.
Patrese Mendes é professor de educação física e ganha cerca de R$ 3 mil. Todo mês, ele paga quase R$ 100 de Imposto de Renda. Se a tabela estivesse corrigida, ele não estaria pagando nada.
“O salário que nós ganhamos como professor, você tá pagando um imposto absurdo como esse, é complicado”, diz o professor de educação física.
Fonte: G1